Oito e meia da manhã, Pirabeiraba, Santa e Bela Catarina, aos pés da Estrada Princesa Francisca, mais conhecida como Estrada Dona Francisca. Eu, Paulo Pegorini e o Mário prontos para o desafio - subir a íngreme Dona Chica, depois descer a Estrada do Rio do Julio e finalizar em Pirabeiraba.
Partimos animados para o desafio. Começo light, ritmo bastante tranquilo por cerca de 40 minutos. Fomos seguindo.
Quando começou a subir, não houve mais trégua. Relação praticamente invertida, na frente 22 e atrás 32, como diriam os portugueses, BESTIAL!
Aprendi já há algum tempo que não existe subida intransponível. Tudo se resume a duas qualidades que o ciclista deve ter, paciência e determinação, o resto é força.
Após cerca de 1 hora subindo, a minha lombar fez um acordo com o nervo ciático para me desestimular. Geralmente essa é uma combinação que funciona muito bem contra mim. Mas não desta vez!
Percebi que se mudasse a posição sobre a bicicleta, a dor diminuía e começo a fazer variações de relação para poder pedalar em pé. Inacreditável como meu rendimento aumenta. Quando se pensa que se sabe tudo de ciclismo, vem alguma coisa nova para se aprender, fato que me remete à humildade, afinal nunca se sabe tudo.
Rompo lentamente a subida com energia, deixando meus companheiros alguns metros para trás. Um pequena parada no mirante para fotos e sandubas regados a glicodry e glicogel. Impressionante o resultado dos aditivos tipo BCAA (aminoácidos) e as glicoses.
Duríssima subida, mas nem nos passa pela cabeça desistir. O gosto da vitória ao chegar ao topo da Velha Chica é indescritível e comemorado com alegria por todos nós.
No entanto o Julio estava ainda por ser vencido. Entramos pelas duras subidas do começo da estrada. O desgaste da Chica começa a cobrar seu preço, somado a sol a pino de meio dia, fazem uma mistura nada gostosa.
Começam as descidas. São aproximadamente 11 quilômetros descendo em curvas rápidas e cotovelos com boa inclinação. Em uma dessas curvas com um bom declive a seguir, perco a frente da bike e ganho a seguir algumas escoriações no joelho esquerdo. Chão! Nada sério.
Infelizmente a Estrada do Rio do Julio, já não é a mesma de alguns anos atrás, rude, severa e técnica como a conheci. Penso na importância da ligação dessa estrada para os moradores locais e assim perdôo as máquinas que a tornaram "carroçável" de novo. Fizeram uma reforma na velha estrada! Mas estão perdoados.
O resto da aventura virá sob forma de fotos e um filme feito pelo Paulo com uma câmera presa ao capacete.
Parabéns ao Mário pela enorme conquista de subir a Chica pela primeira vez com a relação 48X38X28 na frente, coisa que abri mão no sábado, substituindo a da minha bike, que era igual, por uma 22X32X42. Parabéns ao Paulo, que mesmo podendo andar muito mais que eu e o Mário, soube ter a paciência e o companheirismo de nos esperar.
Obrigado à Lenice também, paciente companheira, que nos auxiliou o tempo todo no carro de apoio. Beijão!
Falei que íamos separar os homens dos meninos nessa subida da Velha Chica, no entanto percebi que acabamos juntando os homens que somos, ao meninos que ainda existem dentro de nós.
Bom dia!
SHOW DE RELATO, excelente frase de fechamento.
ResponderExcluirJOPZ