Aquela incomoda sensação de "fechado para balanço", já está pegando. Costumo me fechar para um balanço do que foi meu ano nos finais de dezembro.
Fecho esse ano de 2010, com um saldo positivo em relação a 2009, esse sim definitivamente um ano para ser apagado, deletado e formatado umas 3 vezes.
Esse ano de 2010 para mim, foi marcado por uma grande conquista - a viagem de bicicleta para Porto Alegre e o projeto "A vida lhe dá limões? Faça uma limonada!" Um projeto ousado e irreverente em relação à Doença de Parkinson e aos meus quase 31 anos de diagnóstico.
Infelizmente o apoio necessário para a viabilização e continuidade das viagens não foi o esperado, o que considero lamentável.
Entretanto, continuo aqui, fermentando idéias, dentro do que me é possível fazer e pensar, com o firme propósito de levar minha experiência de convívio com a doença, a quantos me quiserem ouvir e saber como consegui, partindo do mesmo ponto inicial - o choque de ouvir o diagnóstico, fazer do parkinson uma espécie de companheiro para a vida toda.
Tenho o privilégio de não ter uma doença tão agressiva, no entanto, o tempo de relacionamento com Mr Parkinson, me põe em condições iguais, com aqueles que sofrem da doença de forma mais agressiva.
Se existe alguma coisa que posso dizer a respeito de conviver bem com a doença, ou seja, o início de tudo é - aceitar que a doença está instalada. Isso é um fato! Não tem como fugir. Lutar contra é impossível e desnecessário, levando em conta que não existem ainda meios para eliminar a doença de seu corpo.
Outra coisa que posso dizer é - não alimentar falsas ilusões, ou seja, não acreditar que um "pai de santo" ou uma religião nova vai curá-lo. Passei por isso muitas vezes e tudo o que fiz com isso, foi acumular um monte de frustrações e desilusões.
Falo dessa experiência acumulada em 30 anos nas minhas palestras motivacionais, que não têm o formato de palestra, mas sim um bate-papo, onde conto a minha experiência pessoal.
Como dizia no começo do texto, o projeto foi o grande saldo positivo desse ano para mim.
O resto... foi o resto...
Bom dia
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