sábado, 7 de agosto de 2010

A subida da Estrada do Cerne

Acordei, para variar, meia hora antes do despertador... O programa combinado com o Paulo era subir a Estrada do Cerne, a antiga ligação entre a capital do estado e o norte do Paraná. Sabia que não seria fácil, mas como sabem, sou chegado em um desafio.
Muito bem, são 4 da manhã estou revisando tudo que preciso levar. Tudo pronto!
São 5 horas e estou no horário. O encontro será as 6 horas no posto de combustível na Rua Holanda com México. Visto luvas de borracha sobre as de ciclismo, numa tentativa insana de não sentir frio nas mãos.

Saio de casa e imediatamente sinto o frio da madrugada. Em meio à bruma do dia nascendo, parto em direção ao ponto de encontro.
O frio é cruel! Minhas mãos já não sentem os gatilhos do rapid fire para trocar as marchas! Doem como se estivessem espetando agulhas nelas.
Sigo pelo alto da XV, quando sinto algo cair de um dos bolsos. Paro e vejo um carro acabar de atropelar meu celular. Estarrecido, grito com o motorista, que passa por mim devagar, olhando para mim sem entender. Assassino, remôo com meus velcros! Vou até ele ... com um nó na garganta e por um momento passa por minha cabeça, quantas vezes ele me foi útil. Agora ele jaz alí, com a bateria totalmente carregada, mas ... Já não toca mais a alegre musiquinha ... Já não tem face, pois foi completamente desfigurado, seu LCD já não funciona mais. Recolho seus 3 pedaços e uma lágrima percorre minha face...
Prometo-lhe em pensamento providenciar um enterro digno! 
Seguindo adiante ainda chocado pela perda do meu leal celular. Chego ao posto entendendo perfeitamente os esquimós...
Espero o Paulo e ele não vem. Estranho pois já são 6h20 e o Paulo não costuma atrasar. O que pode ter acontecido? Como que por milagre, o falecido celular ressuscita! Olho para ele incrédulo! O ultimo sopro de vida se vai com o Paulo me falando que estou no posto errado.
Ele vem ao meu encontro e seguimos. O frio é insuportável, mas vamos lá, o dia já vem.
Na subida da pedreira já sinto que não estou bem para pedalar. O Paulo abre grande distância de mim e chego lá em cima, com os bofes de fora. Não consigo entender.
Descemos por uma rua com remendos de anti-pó na fila, esperando para entrar na rua, desde as 22 horas do dia anterior.
A seguir, viria o segundo sinal do meu anjo da guarda. Ouço um onibus chegando próximo de mim e ponho a bicicleta bem próximo do "degrauzão" do asfalto da rua, para o acostamento que  por alguma razão desconhecida, não estava ali naquela hora. Decerto tinha ido tomar um cafézinho para esquentar o frio. Acontece qeu cheguei próximo demais do degrauzão evamos ver se você acerta, marcando uma das opções:


a) (    ) Robertão "Pudim de Leite" Coelho no chão.
b) (    ) Robertão comeu um cheese salada no chão.
c) (    ) Não aconteceu nada.
d) (    ) Nenhuma das alternativas.


Você está rindo.é? Foi assim - "Estou em cima da bike... Estou no chão". O segundo prejuízo foi um pernito com apenas 800 km rodados, furado no joelho esquerdo. Por falar nisso, não sei se vocês sabem, mas tenho essa tendênica esquerdista. Sempre caio sobre o lado esquerdo. Tanto que meu joelho esquerdo tem, digamos assim, um calo de tanto cair para esse lado. 
O meu rendimento? Bom após pedalar o que pedalei na semana anterior, poderia classificá-lo como, deixa eu ver a palavra certa... Isso! MEDÍOCRE!
Medíocre mesmo! Cada vez que ameaçava subir, eu não aguentava e lá ia eu para o pratinho e o coroão. Que nojo!
Bem ao menos tinha o descidão da Manoel Ribas, onde ela passa perto dos motéis.
O que? Como assim que motéis? Você sabe sim...
Bem voltando ao tema - a descida. Nessa descida tem curvas e as curvas fecham de repente. Minha bike começou a escapar de frente. Imagine a cena em slow motion. A minha cara de pânico sentindo a bicicleta seguir em direção a... espere um pouco, deixa eu achar a imagem certa para descrever isso... Hum deixa eu ver... Camelo!  Isso mesmo, o morrinho de 1 metro e pouco de altura parecia com corcovas de um camelo. A coisa era mais ou menos assim, se  eu passasse pelo primeiro morrinho, o segundo já estava colocado estratégicamente para o "tombaço" maravilhoso do Robertão, digno de Guiness Book! Pois acreditem! Fechei os olhos e naquela fração de segundo que antecede a cara no chão, rezei para todos os santos que conhecia. Alguns deles mesmo, ainda não conhecia, mas tive a satisfação de ter sido ajudado até por santos desconhecidos. Sinceramente ia ser de F*. Abri os olhos e ví meu anjo da guarda p* da cara comigo, fazendo sinais para eu voltar para casa. Fiz um "positivo" com o polegar e continuei... me arrastando...
Chegou a um ponto que falei para o Paulo que não ia dar mesmo! Decidi voltar por Campo Largo. Eu me sentia desconfortável sobre a minha própria bicicleta. Não estava seguro. Sentia-me fraco.
Foi então que decidi parar, já na BR 277 em Campo Largo, no posto da Rodonorte. Pedi que me tirassem a pressão arterial. Bingo! 10 x 5! 
Explicado! 
Até amanhã!

4 comentários:

  1. Salve, Roberto
    Estou aqui dando uma olhada no seu blog, enquanto espero uma chamada pelo Skype de Anne Frobert, médica de Lyon, que juntamente com Dalva Molnar deu o primeiro impulso (palestra) para a formação da nossa APASC. Isto lá pelos idos de 2003 (julho). Estou pensando em convidá-la para abrir o Congresso da Associações de Parkinson do Brasil, que sediaremos no proximo outono aqui em Floripa. Nesse evento faremos o Tour Parkinson volta à Ilha em byke (bi e triciclo) se Vc nos ajudar a coordenar e promover o desafio.

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  2. Caro Marcílio, feliz dia dos pais! Me sinto lisongeado pelo convite e certamente estare colaborando no que for possível.
    Grande abraço

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  3. fantastica descrição...
    asduhasduahsdasudasdhausdhasudahdsuahd
    Pedal do cerne eh foda, ainda bem que vc nao continuou..
    Deixa pra proxima, rs
    aquele

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  4. Grande Roberto! Adorei ler o seu relato e me diverti lendo!
    Um abraço e boas vibrações para continuar a sua jornada!

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