Vivendo esse turbilhão de situações adversas, consegui terminar de escrever o livro, como havia planejado. Um ex-cliente dos tempos do cicloturismo, proprietário de uma grande industria gráfica, ofereceu-me a impressão de mil exemplares, sem nenhum custo. O céu de tempestade sobre a minha cabeça começava a dar sinais de bom tempo! O mesmo ex-cliente que graciosamente imprimiu os livros, alugou uma casa para que eu morasse por algum tempo, até que a minha situação emocional e financeira melhorasse.Trabalhei na editoração e diagramação do livro e montei a capa com uma bela foto do Sérgio Riekes e a contra capa com uma foto minha produzida pelo amigo Pedro Vieira.
No final de julho soube da inauguração da Bicicletaria Cultural. Achei a ideia excelente e fui lá cumprimentar e conhecer o pessoal. Mais uma vez a sincronicidade esteve a meu favor. Falei sobre o livro com o pessoal e combinamos o lançamento para o dia 30 de agosto, encerrando o mês da mobilidade sustentada.
O lançamento do livro foi amplamente noticiado e naturalmente chegou aos olhos da tia Ivoneth que me deu os parabéns pelo livro e disse que viria para o lançamento... e a Claudia a acompanharia. Coincidência? Nada... Coincidências não existem, existe sim sincronicidade.
No dia do lançamento, quando cheguei na Bicicletaria Cultural, a forma como sentia o livro tinha inexplicavelmente mudado dentro de mim. O que eu não sabia naquele momento é que não era o livro, era minha vida que estava mudando...
Sabia o horário de chegada da tia e da prima a Curitiba. Não consegui conter a vontade de ver minha prima, com a qual já tinha conversado pelo MSN longamente. Na noite anterior à sua vinda, ficamos até as 4 da manhã conversando. Tínhamos muito em comum, inclusive físicamente...
Um pouco antes do início do lançamento do livro, estive no hotel onde tia e prima se hospedaram, tentando antecipar o encontro. Enorme era a minha expectativa... Fui à recepção e perguntei, mas não tinham chegado ainda... Voltei e fiquei esperando o momento de iniciar o evento.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
A história ficou sem ser contada por um bom tempo. Peço-lhes minhas desculpas! Estou muito envolvido com uma prima minha... Tão envolvido que me casei com ela!
Considero-me um cara de sorte! Não é qualquer um que recebe a visita de dois anjos em sua vida! Pois eu recebi e acho até que devo ter algum mérito para isso.. ou não!
O fato é que depois de rolar para cima e para baixo (quem é leitor assíduo do blog sabe a que me refiro), encontrei uma grande companheira, uma grande parceira, enfim, encontrei uma grande mulher.
Como isso tudo aconteceu? Mágica! A magia universal do amor! Foi a sincronicidade de tempo e espaço, que nos permitiu encontrar um ao outro.
Começou com um pedido de amizade no Facebook (viva a rede!), de uma tia que há muito não tinha notícias. A tia Ivoneth, casada com o tio Tito, já falecido.
Aí mensagem pra lá, mensagem pra cá, sincronicamente a Rede Record me fez um convite para falar sobre a minha experiência com a doença. Aceitei e fui para São Paulo!
Depois da gravação do programa, liguei para a tia, para nos encontrarmos e matar a saudade. Jantamos juntos e depois do jantar começamos a ver fotografias dos seus filhos. Quando falo em sincronicidade, me refiro à precisão cirúrgica do tempo e do espaço. A foto da Claudia tirou de mim o comentário "que linda". Essas duas palavras, mal sabia eu, estavam naquele momento preciso, selando meu destino, mudando-o de forma tão extraordinária, trazendo uma revolução que eu não acreditava mais ser possível!
Eu estava literalmente definhando... Sentindo-me só, e de fato estava absolutamente só... Paulo Pegorini, meu guerreiro amigo, foi um dos poucos a segurar minhas maiores barras. Cheguei a tomar tanto anti-depressivo antes de dormir, que passava o dia seguinte inteiro dopado. Aí à noite, tudo de novo... Porquê? Porque se não tomasse, não conseguia dormir e não conseguindo dormir ficava pensando. Pensar, naquela fase difícil que estava passando, poderia significar uma decisão muito séria... Poderia significar escolher entre viver e não viver mais...
Cada visita ao neurologista vinha acompanhada de uma perda de 2 ou 3 quilos por consulta.. Tinha já me conformado em não lutar mais... Já não tinha forças! Olhava para a geladeira, onde na porta eu mesmo colei uma bela foto minha com uniforme de ciclismo, sobre uma bicicleta. Uma foto da qual eu ainda podia tirar algum brilho. Me agarrava assim a pequenas coisas para seguir vivendo mais um dia... e mais outro dia...
Dias foscos, enevoados... Dias carregados como um céu de tempestade, pronto a descarregar um raio sobre a minha cabeça. Na névoa desses dias, os fantasmas das imensas perdas sofridas na minha ida irresponsável para a Espanha assombravam minha cabeça. Mas não era só esse fantasma. Outros fantasmas se apresentavam. Como o do desprezo dos que me largaram pelo caminho, o dos que.me negaram abrigo e ainda os fantasmas de quem tinha obrigação de ajudar e simplesmente disse não saber como fazê-lo... Era uma situação difícil de sustentar. Ainda não consigo compreender de onde saiu a resistência para superar este pedaço. Me refiro à resistência, porque força eu já não tinha mais... Estava exausto!
Nessa angustia toda, conseguia escrever o livro "Anjos e Bicicletas", que tinha prometido a mim mesmo terminar no dia do meu aniversário, para receber de presente...
(continua)
(mesmo!)
Considero-me um cara de sorte! Não é qualquer um que recebe a visita de dois anjos em sua vida! Pois eu recebi e acho até que devo ter algum mérito para isso.. ou não!
O fato é que depois de rolar para cima e para baixo (quem é leitor assíduo do blog sabe a que me refiro), encontrei uma grande companheira, uma grande parceira, enfim, encontrei uma grande mulher.
Como isso tudo aconteceu? Mágica! A magia universal do amor! Foi a sincronicidade de tempo e espaço, que nos permitiu encontrar um ao outro.
Começou com um pedido de amizade no Facebook (viva a rede!), de uma tia que há muito não tinha notícias. A tia Ivoneth, casada com o tio Tito, já falecido.
Aí mensagem pra lá, mensagem pra cá, sincronicamente a Rede Record me fez um convite para falar sobre a minha experiência com a doença. Aceitei e fui para São Paulo!
Depois da gravação do programa, liguei para a tia, para nos encontrarmos e matar a saudade. Jantamos juntos e depois do jantar começamos a ver fotografias dos seus filhos. Quando falo em sincronicidade, me refiro à precisão cirúrgica do tempo e do espaço. A foto da Claudia tirou de mim o comentário "que linda". Essas duas palavras, mal sabia eu, estavam naquele momento preciso, selando meu destino, mudando-o de forma tão extraordinária, trazendo uma revolução que eu não acreditava mais ser possível!
Eu estava literalmente definhando... Sentindo-me só, e de fato estava absolutamente só... Paulo Pegorini, meu guerreiro amigo, foi um dos poucos a segurar minhas maiores barras. Cheguei a tomar tanto anti-depressivo antes de dormir, que passava o dia seguinte inteiro dopado. Aí à noite, tudo de novo... Porquê? Porque se não tomasse, não conseguia dormir e não conseguindo dormir ficava pensando. Pensar, naquela fase difícil que estava passando, poderia significar uma decisão muito séria... Poderia significar escolher entre viver e não viver mais...
Cada visita ao neurologista vinha acompanhada de uma perda de 2 ou 3 quilos por consulta.. Tinha já me conformado em não lutar mais... Já não tinha forças! Olhava para a geladeira, onde na porta eu mesmo colei uma bela foto minha com uniforme de ciclismo, sobre uma bicicleta. Uma foto da qual eu ainda podia tirar algum brilho. Me agarrava assim a pequenas coisas para seguir vivendo mais um dia... e mais outro dia...
Dias foscos, enevoados... Dias carregados como um céu de tempestade, pronto a descarregar um raio sobre a minha cabeça. Na névoa desses dias, os fantasmas das imensas perdas sofridas na minha ida irresponsável para a Espanha assombravam minha cabeça. Mas não era só esse fantasma. Outros fantasmas se apresentavam. Como o do desprezo dos que me largaram pelo caminho, o dos que.me negaram abrigo e ainda os fantasmas de quem tinha obrigação de ajudar e simplesmente disse não saber como fazê-lo... Era uma situação difícil de sustentar. Ainda não consigo compreender de onde saiu a resistência para superar este pedaço. Me refiro à resistência, porque força eu já não tinha mais... Estava exausto!
Nessa angustia toda, conseguia escrever o livro "Anjos e Bicicletas", que tinha prometido a mim mesmo terminar no dia do meu aniversário, para receber de presente...
(continua)
(mesmo!)
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